quinta-feira, 29 de abril de 2010

Porque não se escolhe quem se ama / cont...

Eu sabia qual era a tal pizzaria que Dudu levaria eles. Dudu só gostava de uma pizzaria daqui. Mas era longe, não daria para ir a pé.

- Mãe, vem me deixar naquela pizzaria que fica perto da casa da tia Rosa?
- Claro, vou só trocar de roupa.

Bom, eu ia ficar no meio da rua, observando a pizzaria do lado de fora à noite. Era algo arriscado, mas eu queria ver, afinal.
Eu fiquei na esquina, para que eles não me vissem. Eu ri de mim mesma, como uma idiota, era assim que eu estava agindo. Pelo vidro, eu vi Karla, a menina que eu tinha conversado hoje na escola. Ela estava com mais três meninas. Era a sorte sorrindo pra mim? Hum, talvez.
Entrei rápido para que ninguém me visse. Cheguei na mesa, sem reação, sem saber o que falar e como agir.
- Oi Alexandra. Meninas, essa é a menina que eu estava falando. Desculpa Alexandra, mas estava falando de você aqui.
- Espero que bem. - eu sorria e acenava para as outras meninas, que faziam o mesmo.
- Senta aqui com a gente. - falou uma loirinha que tava do lado dela.
Como a sorte estava ao meu favor!
- Bom, não queria incomodar. Eu tava passando na rua e vi a karla, então entrei.
- Mais um motivo. Senta aqui, já que você não está em nenhuma mesa.
Eu me sentei, claro. Procurei a mesa deles por todos os lados, mas eles ainda não tinham chegado.

Conversei muito com as meninas. Me senti a vontade como não me sentia há muito tempo. Até aprendi o nome das outras meninas. Eram Larissa, Raquel e Andressa. Bem divertidas.
Eles não apareceram, e estava na hora de irmos pra casa. Eu agradeci as meninas pela noite, e fui pra casa, de ônibus mesmo.
Dentro do ônibus, um homem me encarava, e isso me dava medo. Ele me torturava com os olhos. Na parada que ficava na rua de Bruna, eu desci, já que era mais claro.
Estava respingando um pouco, então mais uma vez subi o capuz. Passei em frente a casa de Wendel, olhando, na esperança dele não ter ido ao encontro, e estivesse na janela. Mas ele não estava. Passei pela casa de Bruna, ainda pensando em entrar, mas fui direto. Na pracinha da esquina, Wendel estava lá, com uma garota. Seria ela ? Eles não estavam abraçados, nem outra coisa, estavam apenas conversando.
Eu via nos olhos dele, o encanto de ouvir as palavras sairem da boca dela. Eram os mesmos olhos de umas semanas atrás, mesmos olhares que ele soltava pra mim.
É, Deus fez certo ao não deixar eles aparecerem na pizzaria. Ali já era doloroso ver a conversa, quanto mais lá.

Só peço forças para aguentar até o momento em que meu encanto por Bruna voltar. Forças, forças.. é tudo o que preciso.

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