quinta-feira, 29 de abril de 2010

Porque não se escolhe quem se ama / cont...

Muitas vezes a vida te apronta situações para que você possa ver o que realmente se passa ao seu redor.

Por todo o caminho, fiquei com meu fone de ouvido alto, para que pensamentos não me fizessem chorar. O carro de meus pais estavam estacionados na calçada, então eles sairiam hoje.
Quando entrei, minha mãe colocava sacolas na mesa. Pela primeira vez na vida, após minha saída da infância, eu fui ao encontro de minha mãe, abraçando-a. Ela correspondia meu abraço, com certeza, perguntando-se o por quê daquilo.
- Você está bem? - ela me perguntava, limpando as lágrimas que desciam sem parar do meu rosto.
Eu apenas balancei a cabeça, dizendo que não. Ela me fez sentar no sofá, ao seu colo, e me disse:
- Bom, eu não sou a melhor mãe do mundo, e a nossa relação não é tão especial quanto suas amigas devem ter. Acho que meu medo de sua reação bloqueia esse contato. Mas assim, o que você precisar, quando quizer conversar, eu estarei aqui, pra te ouvir, aconselhar, certo? - eu balancei a cabeça novamente, dizendo sim, e ela continuou:
- Hoje, eu e seu pai, pensamos em te levar pra sair, pro shopping, outro lugar... mas sairmos os três como sempre fazíamos. Mas estou vendo que você não está bem. Vamos se você quizer ir, vai ?
- Não. Vou pro meu quarto, me deitar. Estou cansada demais para ver pessoas. Mas quero muito que você vá com o papai. Vão, por mim. Eu vou ficar bem. Vou para meu quarto e irei dormir até amanhã de manhã.

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