segunda-feira, 26 de abril de 2010

Porque não se escolhe quem se ama / cont...

Como pensado, fomos para escola à pé, e de mãos dadas, já que o tempo estava nublado. Não queria ter visto aquilo, mas meu o tal amigo de Wendel, passou por nós dois de skate no caminho. Ele me olhava como uma mendiga na rua, com cara de nojo. Fiquei feliz por Wendel não chama-lo para ir com a gente.
Fiquei com medo da olhada que ele me dera naquele momento. Ele com certeza diria a Wendel na escola o que viu ontem.
Minha escola era antes da dele, então quando paramos no portão, eu o abracei com força, e o fiz prometer vir me buscar às 17:00hs. Ele perguntou o por quê daquilo, mas eu não lhe falei nada.

Esperava as horas passar, ansiosa. não prestei atenção na aula, fiquei todo o momento com os fones no ouvido. Hoje não era um dia que eu teria paciência com alguma coisa. Fiz até promessas para que Wendel não soubesse de nada.
No intervalo liguei para Dudu, falando meu desespero. Ele achava que era uma preocupação em vão, que era até exagero da minha parte.
- Mas Dudu, se eles disserem a ele o que viram, ele com certeza vai se afastar de mim, nunca mais vai querer olhar pra mim. Afinal, ele se apaixonou por uma lésbica, que escondeu isso dele o tempo todo.
- Alê, com toda a sinceridade do mundo, você não acha que já está na hora de acordar, e ver que isso que você sente pelo Wendel, já passa de amizade, já é paixão? Tá na cara que você gosta dele, e o que você sente por garotas, quer dizer, pela Bruna, pode ser apenas coisa da sua cabeça.
Eu parei e pensei. De certo modo, Dudu teria razão. Aquilo que senti pelo Wendel no dia em que transamos, foi mais forte que eu, eu que senti desejo, e o puxei para mim.
- Ah Dudu, não sei. Posso gostar um pouco a mais dele, mas paixão, acho que não hein.
- Mas então me responde: O que é isso, essa preocupação, isso que rola entre vocês? Não dá pra ficar com alguém assim sem gostar querida, sinto muito.
- Ah, mas o ponto não é esse. Esqueça! Me diz o que fazer, por favor.
- Diz que é mentira. Desmente, sei lá.
- Você acha mesmo que ele vai acreditar em mim, ao invés dos amigos dele?
- Se ele gostar de você, sim.

Aquilo ficou na minha cabeça até a hora de sair da escola. Até pensei em fingir passar mal pra poder sair, mas achei melhor esperar, e ver se ele viria até a mim.
Quanto mais você espera por alguém que realmente vale pra você, você fica ansiosa, e não vê as horas passarem. O relógio parecia lutar contra mim. Parecia mais que ele queria me provocar. Até tentei dormir, mas nem isso eu consegui. Até que enfim, tocou para ir para a casa.
Fui a primeira que saiu da sala.

Me atende, me atende. Era apenas o que eu pensava. Eu já esperava por 10 minutos, o tempo que ele levaria pra chegar aqui. Meus olhos enchiam-se de lágrimas de vez em quanto, mas elas não desciam. Eu tentei ser forte em muitos momentos.
Então fui na casa dele, atrás de respostas na cara. Bem que eu queria mentir sobre a verdade, mas não daria. Se eu mentisse, iria piorar minha situação mais na frente, e se em um momento, Bruna quizesse algo comigo, e eu quizesse algo com ela, iria ser pior, seria nesse momento mesmo que ele não aceitaria mais nem minha amizade. Que já era até provável disso acontecer agora.

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