quinta-feira, 29 de abril de 2010

Porque não se escolhe quem se ama / cont...

Ela aceitou, e eles foram.

Quando entrei no meu quarto, apenas me deitei na cama, e agora,aquela dor que eu pensava sentir, acabei sentindo. Era até mais forte do que o esperado. Era um desespero fora de mim. Não era um desespero de me jogar na parede, mas sim, de minhas lágrimas, que não paravam de descer.
No meu celular, tinha 3 chamadas perdidas, olhei na esperança de ser Wendel , mas eram de Bruna. Isso até me causou surpresa, mas não animação.
Fiquei a noite ouindo apenas uma música a noite toda: O que eu também não entendo - Jota Quest. Uma vez ele me ofereceu na principal rádio de Fortaleza. Ele me fez gostar de Jota Quest.
Tentei ligar para Dudu, pra ele vir me fazer companhia, mas ele estava com o celular desligado. Nem tentei falar com Vera, ela parecia nem se importar mais com a gente, depois desse namoro. Ao menos ela estava feliz.

Aquela foi a minha primeira noite infeliz, depois de ter conhecido pessoas em Fortaleza. Foi a primeira vez que um homem me fez chorar, e me conquistou. A primeira vez que sofria, e repetia palavras de Dudu: " As pessoas só costumam só dão valor, quando perdem." Jamais imaginava que essa frase fosse tão verdadeira.

Amanheci com olhos inchados, e de farda. Com certeza meu cheiro e minha cara não seria uma das melhores naquela manhã. Por costume, olhei para o celular em busca de uma mensagem ou chamada de Wendel. Era claro que não tinha.
Minha mãe não foi trabalhar naquele dia, para me compensar naquela manhã com presentes. Ela tinha trago alguns livros para mim, que nem dei importancia de ler o nome. Durante todo o lanche ela me falava sobre as coisas que vira no shopping, de uns colegas meus da escola lá. Eu apenas escultava, e balançando a cabeça sem ânimo, e sem palavras.
Minha intenção não era ir a escola naquele dia, sairia de farda, mas iria na casa de Dudu. Só que ele não estava lá. Então tive que ir a escola. As pessoas me olhavam estranho, talvéz por eu mostrar tamanha tristeza, mais do que o normal, ou talvéz porque não usava maquiagem.

Acabei sabendo o nome de meus professores, e descobri que havia pessoas como eu naquela sala. Não no fato de ser gay, mas pessoas isoladas, sentadas atrás, que ficavam toda a aula com os fones no ouvido. Vi como os outros nos olhavam, o que eles achavam daquilo. Reparei em tudo naquele dia, pela primeira vez, isso era importante para mim, entender o que se passava naquele mundinho real.

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