segunda-feira, 26 de abril de 2010

Porque não se escolhe quem se ama / cont...

No restaurante, estavam as meninas "riquinhas" de minha escola. Todas juntas. Elas me olharam da cabeça aos pés quando entrei. Me deu uma vontade de jogar os sapatos na cara delas, mas não queria estragar meus sapatos lindos e novos com aquilo.
Meus pais me contaram que tinham ido para a casa de minha tia no centro da cidade. Hoje ela junto de meu tio, completavam 10 anos de casados. Então eles foram logo ontem, para que meu "aniversário surpresa" ocorresse. Eles perguntaram se foi bom, e se eu tinha fotos. Eu afirmei que tinha sido melhor que poderia ser. Que tinha sido perfeito mesmo, mas não tinha fotos porque todos esqueceram da câmera, e a minha estava emprestada. E que nós iríamos terminar de comemorar hoje na casa de um dos meus amigos, mentindo para eles, claro. Quase que não liberavam, mas acabaram cedendo.

Como prometera, Dudu apareceu ás 22:00hs em minha casa. Eu terminava de retocar a maquiagem quando ele aparecera.
No carro só tinha eu de mulher. Vinham mais três gays com ele, que eram Junior, Felipe e Ricardo, que acabei conhecendo ao resto da noite. Eles não eram gays assumidos totalmente, ficavam mais com outros gays escondidos, mas afirmavam que não era preconceito, mas que às vezes tinha vontade de ficar com mulheres, e perderiam pontos se elas soubessem.
Eu não conhecia aquela boate, mas conhecia muitas pessoas que estavam ali. Das primeiras que eu vi, uma delas foi Bruna, que estava na mesa em que ficamos. Ela soltou um sorriso pra mim quando olhei para ela, mas eu dei as costas. Muitos colegas de sala estavam ali, então eu teria que me comportar para que eu não fosse comentada amanhã, bem que não me importava, e nem queria falar com eles, para que amanhã alguém sentasse perto de mim.
Fui para o meu do clube com Dudu e Felipe, os dois bebiam. Os outros dois, eu não vira. Em um momento eu olhei para a nossa mesa, e vi um rapaz parecido com Wendel, mas não era ele, claro que ele não viria para uma festa dessas. Bruna era uma das pessoas (que não eram poucas) que ficava me observando dançar. Dudu e Vera sempre me elogiavam dançando, por minha dança ser algo sensual e chamativo aos olhos dos outros. Pena que Vera não estava aqui, ela brigara com Dudu, e eu não tive coragem para chamar ela para um lugar que eu já era convidada.

Em um momento fui ao banheiro, e encontrei os outros amigos de Dudu, que estavam escondidos fumando alguma coisa. Nem liguei e segui. Quando saia do banheiro, Bruna me puxara pelo braço, para o lugar em que os dois meninos antes estavam.
- Sua louca, me solta. - eu tentava largar a mão dela do meu braço, mas ela não soltava.
- Espera, vem aqui comigo por favor ? - ela me olhava, com cara de arrependimento.
Paramos em um lugar escuro, onde ninguém nos reconheceria de longe.
- O que é hein? Você não acha que já me fez muito mal não ?
- Por isso que te chamei aqui. Queria te pedir desculpas por tudo, sério mesmo. Por ter falado aquilo, e ter te usado. Muitas desculpas.
- Pensa que é assim é ?
- Eu terminei com a Karol, e eu percebi que senti mais sua falta do que a da Karol.
- Eu não acredito nisso. Desculpe. - saí dali.
- Espera! - eu me virei novamente.

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